AGOSTO – MÊS VOCACIONAL

MÊS VOCACIONAL

Pode-se afirmar que a instituição de um mês vocacional, em âmbito de Brasil, começou a nascer no ano de 1971, na diocese de Santo Ângelo (RS). Seu bispo, na época, D. Aloísio Lorscheider, levou ao clero local a sugestão de realizar um mês vocacional na diocese, motivado pelas celebrações do Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Pessoa bastante influente e atualizada, consciente dos novos rumos trazidos pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), ele percebeu que as celebrações do Dia do Bom Pastor ainda não eram bem animadas e sentiu a necessidade de fazer algo mais para a conscientização da necessidade de se rezar e trabalhar pelas vocações. No 7º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, realizado em 1970, certamente D. Aloísio leu a insistência de Paulo VI, o papa da época, em sua mensagem para a ocasião: “O dever de fomentar as vocações sacerdotais pertence a toda a comunidade cristã, que, em primeiro lugar, deverá cumpri-lo por meio de uma vida plenamente cristã (Optatam Totius, 2). Com efeito, a própria vocação cristã […] encontra a sua expressão e o seu ponto culminante na vocação sacerdotal e religiosa. Esta vocação é inconcebível se precedentemente não for despertada e educada a vocação cristã. É neste ponto que se manifesta o índice claro e inequívoco da vitalidade de cada uma das comunidades paroquiais e diocesanas”.
A experiência da celebração do mês vocacional na diocese de Santo Ângelo logo ganhava adeptos. A escolha do mês de agosto, segundo o bispo emérito daquela diocese, D. Estanislau Amadeu Kreutz (que ficou à frente da diocese de 1973 a 2004) foi para evitar a coincidência com alguns tempos litúrgicos importantes, como o Advento, a Quaresma e o Tempo Pascal, e também devido à memória litúrgica de São João Maria Batista Vianney, o padroeiro dos párocos, celebrado no dia 04 de agosto. “Inicialmente incentivávamos mais explicitamente as vocações presbiterais”, afirmou D. Estanislau, pois “quando a proposta da celebração do mês vocacional foi abraçada também pelo Regional Sul 3 da CNBB, correspondente ao Rio Grande do Sul, abrimos os horizontes para destacar uma semana para o serviço da animação vocacional de cada vocação específica: a primeira semana veio a concentrar-se sobre a vocação presbiteral; a segunda semana sobre a vocação matrimonial ou familiar; a terceira semana sobre a vocação à vida consagrada, e a quarta sobre a vocação do ministério dos leigos. Havendo um quinto domingo, ele era dedicado à missão dos catequistas”.
No Encontro Nacional de Pastoral Vocacional de 1974, realizado no Rio de Janeiro, já é possível verificar algumas indicações referentes à fixação de datas vocacionais, como dias, semanas ou meses. Sugeriu-se, por exemplo, que os Regionais da CNBB promovessem “mês e semana vocacionais”. E os participantes do encontro sugeriram à coordenação nacional que procurasse “fixar datas: semana, mês ou ano vocacional”.
As indicações foram ganhando força, motivadas por experiências bem sucedidas de outras dioceses e até Regionais da CNBB, como por exemplo a realização do Ano Vocacional no Regional Sul 2 – Paraná –, em 1973. Dessa forma, no Encontro Nacional de Pastoral Vocacional de 1980 houve a proposta concreta de se instituir agosto como o mês vocacional no país e também a realização, em 1983, de um Ano Vocacional. As duas propostas foram levadas à Assembleia da CNBB de 1981 e foram aprovadas.